O câncer de mama é uma das doenças mais mortais e impactantes para as mulheres no Brasil e no mundo. Felizmente o Brasil é uma referência mundial para o seu tratamento cirúrgico.
Do final do século XIX até pouco mais da metade do século XX as mastectomias eram consideradas o tratamento ideal para o câncer de mama, mesmo sendo muito agressivas e deformadoras. Por volta de 1980 os tratamentos conservadores, retirada parcial da mama, associada a radioterapia, teria um papel equivalente ao das mastectomias no tratamento local da doença, porém sem preocupações estéticas. Por volta dos anos 90, cirurgiões de mama ao redor do mundo tiveram a idéia de associar técnicas de cirurgia plástica para propiciar um melhor tratamento oncológico, surgiu a cirurgia oncoplástica da mama. É aí que Ribeirão Preto se destaca! A primeira publicação científica mundial sobre o assunto foi descrita pelo Prof. Dr. Angelo Matthes em uma revista indexada da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto em 1992. A perspicácia de Dr Matthes em sugerir e ajudar a definir que cirurgia oncoplástica da mama é uma filosofia de tratamento foi pioneira. As cirurgias oncoplásticas são, então, ferramentas para uma abordagem oncológica segura, muitas vezes permitindo uma grande remoção de tecido mamário, com margens amplas e com um remodelamento eficaz, favorecendo a silhueta corporal harmônica da paciente e manutenção de sua auto-estima.
Contudo, muitas vezes a relação entre o volume das mamas e o tamanho do tumor é desfavorável sendo necessária a indicação de mastectomias. Hoje, existem as mastectomias conservadoras quando se retira cirurgicamente a glândula mamária e se preserva o envelope de pele. Nestes casos, a reconstrução imediata pode ser feita com implantes de silicone, expansores ou tecido próprio de outras partes do corpo como abdome ou dorso. Aqui também cabe o termo oncoplástica, principalmente se houver a possibilidade de ser feita a simetria da mama oposta. São muitas as técnicas possíveis, cada caso deve ser estudado e a melhor técnica escolhida de forma individualizada.
É importante deixar claro que devido aos desafios proporcionados pela terapia oncológica, não se pode garantir resultados, nem com os procedimentos imediatos, nem com os tardios. É fundamental que as expectativas das pacientes sejam muito bem trabalhadas para evitar frustrações.
Técnicas oncoplásticas visam, sempre que possível, obter o melhor resultado com a maior segurança oncológica viável, tirando-se proveito de uma adversidade. Estes procedimentos podem e devem ser realizados por cirurgiões treinados em cirurgias mamárias, geralmente mastologistas e cirurgiões plásticos.
Lembrem-se, quanto mais cedo é feito o diagnóstico melhor serão as chances de cura e mais conservador poderá ser seu tratamento contra o câncer de mama. Procure um mastologista rotineiramente!!!
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como mastologista em Ribeirão Preto!