A mastectomia é uma das opções terapêuticas para o câncer de mama. Ela é a intervenção cirúrgica responsável pela retirada de toda a glândula mamária lesionada por tumor maligno. Geralmente, a técnica é adotada quando já não é possível realizar a cirurgia conservadora da mama, que permite preservar a maior parte do tecido mamário (quadrantectomia ou nodulectomia).
Existe muito receio entre as pacientes com indicação para a cirurgia, mesmo que o procedimento seja determinante para a sobrevivência da mulher e garantia de cura da doença. É preciso lembrar que existem métodos de reconstrução da mama, que devolvem o formato, tamanho e aparência da mama doente.
Em muitos casos, a reconstrução da mama é realizada simultaneamente com a mastectomia. É preciso verificar essa possibilidade com o médico especialista, já que alguns fatores podem interferir na realização dos procedimentos em conjunto, como tamanho e tipo do tumor, além do tipo de tratamento necessário após a cirurgia.
Continue a leitura para conhecer melhor o procedimento!
Tipos de mastectomia
Dados da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) indicam que 70% das pacientes diagnosticadas com câncer de mama precisam realizar a mastectomia. O motivo: a demora no diagnóstico!
O próprio órgão alerta para a dificuldade e demora no acesso a consultas, exames, biópsia e tratamento do câncer de mama, principalmente entre as usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS). Casos diagnosticados precocemente são menos indicados para a cirurgia, além de terem 95% de chances de cura.
Existem diversos tipos de mastectomia, escolhidos conforme a quantidade de tecido que deverá ser retirado, além da técnica mais indicada para cada caso. Veja a seguir.
Mastectomia simples
É o método mais comum para o tratamento do câncer de mama. Nesse caso, toda a glândula mamária é retirada, incluindo o mamilo. Os linfonodos axilares e o tecido muscular sob a mama são conservados. Pode ser seguida de reconstrução mamária imediata ou tardia.
Mastectomia radical modificada
É semelhante à mastectomia simples, porém, com a retirada dos linfonodos axilares. Pode ser seguida de reconstrução mamária imediata ou tardia.
Mastectomia radical
É indicada quando existe a necessidade de retirada de toda a mama, linfonodos axilares e músculos sob a mama (músculos peitorais). Existem poucas indicações para esse tipo de cirurgia, atualmente. Pode ser seguida de reconstrução mamária imediata ou tardia.
Mastectomia Bilateral
Também chamada de mastectomia adenomastectomia ou mastectomia redutora de risco, o procedimento ocorre quando é indicada a retirada das duas mamas. A retirada da segunda mama pode ocorrer por prevenção, ou nos casos em que existe grande chance de desenvolvimento do câncer por mutação genética. Hoje em dia também pode ser indicada nos casos de busca de identidade sexual por indivíduos transgênero. Geralmente sempre seguida de reconstrução mamária imediata.
Mastectomia poupadora da pele
É realizada para permitir a reconstrução da mama imediatamente após o procedimento. Ela não é indicada para todos os tipos de câncer de mama, já que podem haver lesões malignas próximas à pele em alguns casos. Geralmente sempre seguida de reconstrução mamária imediata.
Mastectomia poupadora do mamilo
Pode ser realizada nos casos em que o tumor se encontra distante do centro da mama, geralmente quando o tamanho do nódulo é menor e em estágio inicial. A pele também é conservada, mas o tecido mamário é totalmente removido. O lado negativo do procedimento é que, após a reconstrução, o formato do mamilo pode mudar e perdem sua sensibilidade, além de mulheres com seios maiores perceberem um desalinhamento de sua posição original. Geralmente sempre seguida de reconstrução mamária imediata.
Quando é indicado realizar a mastectomia?
As indicações respeitam o tipo, o tamanho e o estado geral de saúde da paciente. Geralmente, a mastectomia é indicada em casos de:
- tumor em estágio precoce, porém em uma posição desfavorável ou em mamas muito pequenas;
- risco elevado de desenvolvimento do câncer de mama, detectado em exames genéticos ou por histórico familiar;
- necessidade de complementação da quimioterapia ou radioterapia;
- prevenção de desenvolvimento do câncer na segunda mama;
- presença de tumor ou retorno da doença após o tratamento com cirurgia conservadora ;
- dois ou mais tumores na mesma mama, que não podem ser retirados sem prejudicar o local;
- em alguns casos de gravidez no momento do diagnóstico do câncer;
- doenças já existentes que podem prejudicar os efeitos da quimioterapia ou da radioterapia, como lúpus e esclerodermia;
- câncer de mama inflamatório.
Quer saber mais sobre mastectomia? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como mastologista em Ribeirão Preto!