O carcinoma inflamatório da mama representa cerca de 1 a 3% dos total de casos de câncer de mama em todo o mundo, sendo um dos tipos mais raros e agressivos que existem. Esse subtipo é pouco conhecido entre as mulheres, devido ao seu baixo prognóstico, o que faz com que seu diagnóstico seja tardio, em um estágio mais avançado da doença.
Além da falta de informação, a velocidade do desenvolvimento do carcinoma inflamatório prejudica o tratamento precoce, e a rapidez com que se espalha entre os tecidos próximos à mama provoca forte inflamação na região instalada.
Outro ponto negativo para o diagnóstico dessa doença terrível: muitas vezes, não existe a presença de um nódulo primário, como ocorre nos demais tipos de câncer.
Continue a leitura para conhecer melhor a doença e se prevenir.
Características do carcinoma inflamatório da mama
Como dissemos, este é um tipo de câncer de mama raro e com peculiaridades em relação aos demais. Alguns deles são:
- não apresenta nódulo;
- pode não aparecer na mamografia;
- maior risco em mulheres negras, em relação às mulheres brancas;
- maior risco entre mulheres com obesidade;
- desenvolvimento mais rápido;
- costuma ser diagnosticado em estado avançado;
- células cancerígenas se desenvolvem na pele.
Sintomas
Os sinais do carcinoma inflamatório costumam aparecer de forma rápida e conjunta, podendo ser confundidos com infecção ou inflamação da mama. Por essa razão, é possível que o médico recomende tratamentos à base de antibióticos. No entanto, é preciso atenção caso não haja melhora entre 7 e 10 dias após a utilização da medicação recomendada, e buscar ajuda médica com urgência.
Mulheres que não estejam amamentando e não sejam gestantes também precisam estar atentas nesses casos, já que a inflamação da mama é mais comum entre esse público.
Veja agora os principais sintomas desse tipo de câncer de mama:
- dor e coceira;
- vermelhidão;
- alteração da textura da pele, parecendo uma casca de laranja;
- rigidez no local;
- mamilo invertido;
- assimetria entre as mamas;
- aumento de temperatura no local;
- aumento do peso da mama.
Causas e tratamentos
Existem fatores de risco comuns para o desenvolvimento do câncer inflamatório da mama. Eles estão relacionados a questões ambientais, genéticas e hábitos de vida irregulares. Conheça as principais causas da doença, a seguir:
- mutações genéticas nos genes BRCA e BRCA2;
- alcoolismo;
- primeira gestação após os 40 anos;
- terapia de reposição hormonal;
- obesidade tardia (no pós-menopausa);
- exposição à radiação nas mamas.
O diagnóstico da doença ocorre com a realização de exames de imagem, como a mamografia, ressonância magnética ou ultrassom e, o mais importante, com o exame clínico de um médico experiente.
Após o diagnóstico e estadiamento da doença, o especialista indicará as melhores opções de tratamento para cada caso. Geralmente, o carcinoma inflamatório não é inicialmente tratado cirurgicamente.
A indicação terapêutica inicial para a maioria dos casos é a quimioterapia, que tem o objetivo de diminuir o tamanho do tumor. Somente após o tratamento pode ser feita a retirada cirúrgica da mama. Em seguida, é comum a recomendação da radioterapia, que pode ter a junção com mais quimioterapia.
Outras opções contra o carcinoma inflamatório da mama, em casos avançados, é a hormonioterapia ou terapia-alvo. Geralmente não se indica reconstrução mamária imediata para estes casos.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como mastologista em Ribeirão Preto!