Antes de mais nada é fundamental explicar brevemente a evolução das cirurgias da mama. Do final do século XIX até pouco mais da metade do século XX as mastectomias radicais e ultraradicais eram consideradas o tratamento ideal para o câncer de mama. Depois vieram as mastectomias radicais modificadas um pouco menos mutilantes mas que também traziam traumas corporais e emocionais para às pacientes. Por volta de 1980 os tratamentos conservadores surgiram e lentamente ganharam espaço. Descobriu-se alí que a retirada parcial da mama associada a radioterapia teria um papel equivalente ao das mastectomias no tratamento locorregional da doença. Porém, muitas das cirurgias conservadores provocavam resultados escassos e também traumatizavam. Foi aí que por volta dos anos 90 cirurgiões de mama ao redor do mundo tiveram a idéia de associar técnicas de cirurgia plástica para propiciar um melhor tratamento oncológico. Surge, então, a cirurgia oncoplástica mamária cuja a definição sugere ” o uso de um conjunto de técnicas de cirurgia plástica para tratar um tumor e reparar de forma imediata a mama acometida e permitir a simetrização da mama contralateral”. As cirurgias oncoplásticas são, então, ferramentas para uma abordagem oncológica segura, muitas vezes permitindo uma grande remoção de tecido mamário, com margens amplas e com um remodelamento eficaz, favorecendo a silhueta corporal da paciente.
Contudo, muitas vezes a relação entre o volume das mamas e o tamanho do tumor é desfavorável sendo necessária a indicação de mastectomias. As mastectomias também evoluíram, hoje, chamamos de mastectomias conservadoras ou mastectomias oncoplásticas quando retira-se cirurgicamente o miolo da mama ( a glândula mamária) e preserva-se o envelope de pele. Nestes casos, a reconstrução imediata pode ser feita com implantes de silicone, expansores ou tecido próprio de outras partes do corpo como abdome ou dorso. Aqui também cabe o termo oncoplástica, principalmente se houver a possibilidade de ser feita a simetria da mama oposta, para harmonizar seu corpo. Por outro lado, existem situações onde a mastectomia clássica deve ser realizada e para estes casos a reconstrução tardia seria uma opção.
São muitas as técnicas possíveis, as quais deveriam ser escolhidas das mais simples para as mais complexas. Cada caso deve ser estudado individualmente e a melhor técnica escolhida para cada situação, de forma individualizada.
Técnicas oncoplásticas são meios de se obter um tratamento cirúrgico seguro com uma retomada de dignidade para às pacientes que passam pelo câncer de mama. É importante deixar claro que devido aos desafios proporcionados pela terapia oncológica, não se pode garantir resultados, nem com os procedimentos imediatos, nem com os tardios. É fundamental que as expectativas das pacientes sejam muito bem trabalhadas para evitar frustrações.
De qualquer forma, o objetivo, sempre que possível, apesar das cicatrizes, será obter o melhor resultado com a maior segurança oncológica viável, tirando-se proveito de uma adversidade!
Lembrem-se, quanto mais cedo é feito o diagnóstico melhor serão as chances de cura e mais conservador poderá ser seu tratamento contra o câncer de mama!!!
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como mastologista em Ribeirão Preto!