A gravidez é, sem dúvida, um dos períodos mais fascinantes da vida de qualquer mulher, pois, além de gerar um ser com o qual terá uma conexão profunda, o corpo passa por uma série de mudanças fisiológicas extremamente significativas, como é o caso da lactação.
Muitas pessoas consideram que esse é um conceito sinônimo de amamentação, no entanto, na literatura médica, os termos referem-se a coisas bastante diferentes.
Assim, a amamentação corresponde a um conceito construído psíquico e sociocultural, pois consiste no ato de alimentar o bebê com o leite materno. Já a lactação corresponde às mudanças fisiológicas hormonais que ocorrem no corpo da mulher para que seja possível produzir o leite. Assim, esse é um conceito fisiológico.
Ocorrência da lactação
Os hormônios femininos — estrógeno e progesterona são de fundamental importância para desenvolver as mamas fisicamente durante a gravidez e prepará-las para a amamentação. No entanto, mesmo diante desse papel, esses hormônios são responsáveis também por inibir a produção do leite materno.
Para contrabalançar esse efeito, existe o hormônio prolactina, que, como o próprio nome indica, atua nas mamas estimulando a produção do leite. Esse hormônio é secretado pela hipófise anterior e, apesar de estar naturalmente presente no corpo da mulher mesmo antes da gravidez, seus níveis no sangue começam a aumentar após a quinta semana de gestação.
Para auxiliar na lactação, a placenta libera grandes quantidades de somatomamotropina coriônica humana, substância que também estimula a lactação durante a gravidez.
No entanto, mesmo que durante a gravidez esses dois importantes hormônios sejam secretados em grande quantidade no sangue, eles não são capazes de deter a atuação do estrógeno e da progesterona. Então, como ainda assim é possível a produção de leite materno? Devido a uma espécie de “programação” do organismo feminino.
Logo após o parto, os níveis de progesterona e estrógeno no corpo da mulher começam a cair, abrindo uma brecha para que a prolactina e somatomamotropina coriônica humana elevem suas concentrações no sangue, dando início à produção de leite. O primeiro leite produzido é denominado de colostro e apresenta grandes quantidades de prolactina e proteína, mas não tem gordura. É fundamental para a imunidade inicial do recém nascido, pois transmite anticorpos da mãe para o filho.
Amamentação
Assim, o colostro dá início à amamentação e, enquanto houver sucção do mamilo pelo bebê, haverá a produção de leite, uma vez que essa sucção estimula o hipotálamo a liberar o hormônio prolactina. A sucção também estimula a liberação de outro importante hormônio chamado ocitocina, responsável pela liberação do leite. Enquanto os níveis do hormônio no sangue estiverem elevados, haverá a produção de leite.
Desta forma, entendemos a diferença entre os dois termos: a lactação é um processo hormonal que gera a produção do leite materno, e a amamentação consiste no ato de alimentar o bebê com o leite produzido.
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