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Terapia hormonal e câncer de mama

Terapia hormonal e câncer de mama

Mulheres a partir dos 40 anos devem ter mais atenção com suas mamas. Nesta faixa etária muitas mudanças começam a surgir. Suas  produções hormonais podem começar a falhar e com a diminuição dos hormônios, uma série de sinais e sintomas surgem e merecem ser cuidados. Imagine associar estas mudanças com o câncer de mama.

Pois é, por muito tempo os hormônios foram considerados vilões e responsáveis pelo aparecimento do câncer de mama. É verdade que podem ser agentes que estimulam alterações celulares, mas também estão relacionados com bem estar, beleza e qualidade de vida. 

O grande desafio seria equilibrar o uso da reposição hormonal para pacientes com diagnóstico, em tratamento ou tratadas para câncer de mama.

Primeiramente é fundamental que paciente e equipe médica sejam devidamente esclarecidos sobre seus riscos e benefícios e juntos chegarão a conclusão da melhor opção para cada caso. Acredita-se que determinadas mulheres se beneficiarão da terapia hormonal pelo tempo que for necessário e com a certeza da melhora de seus sintomas. Em outras palavras, deve usar hormônios toda paciente que monitorizar seu uso e que realmente estiver se beneficiando deles.

Existem ainda outros tipos de medicamentos desde vaso-dilatadores até ansiolíticos que também podem auxiliar e até controlar sintomas. Além disso, exercícios físicos, alimentação saudável e acupuntura merecem ser lembrados e podem apresentar excelentes resultados.

É importante lembrar, também, que a falta de hormônios causa diversos distúrbios na saúde da mulher como, por exemplo, distúrbios cardio circulatórios, podendo ser tão perigosos ou até mais mórbidos que o próprio câncer.

Portanto, os riscos com o uso de hormônios para o aparecimento do câncer de mama devem ser lembrados, e sobretudo, racionalizados através de uma análise propiciando um equilíbrio dos sintomas e do estilo de vida da paciente. Devem ser utilizados, sempre que necessário, com parcimônia e sempre sob supervisão.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como mastologista em Ribeirão Preto!

Posted by Dr. Gustavo Zucca Matthes in Todos
Curiosidades sobre o câncer de mama

Curiosidades sobre o câncer de mama

São muitas as lendas urbanas sobre o câncer de mama. Reuni algumas curiosidades que podem esclarecer suas dúvidas:

1- o câncer de mama não tem prevenção! Daí a importância de um diagnóstico rápido e precoce;

2- o câncer de mama tem cura! Sim!!! Desde que descoberto no momento oportuno e tratado corretamente; 

3- o câncer de mama pode ser controlado. Hoje são inúmeras as opções de tratamento e, desta forma, o câncer de mama, mesmo que descoberto em fases mais avançadas, pode ser controlado como uma doença crônica, tipo diabetes ou pressão alta;

4- o tratamento conservador( preservação da mama) é tão seguro quanto a mastectomia (retirada da mama). Contudo, sempre que for feita a conservação da mama para o tratamento do câncer, faz-se necessária a associação da radioterapia;

5- com tratamento conservador é possível um resultado estético favorável. Principalmente com as técnicas cirúrgicas atuais, chamadas técnicas oncoplásticas;

6- existem quimioterápicos que não fazem cair o cabelo. Seria necessária a discussão individual para que fosse definido o melhor tratamento para cada caso;

7- a radioterapia não dói! A radioterapia é um tratamento através de irradiação que exige a permanência em uma máquina específica durante um período de tempo. Hoje existem diferentes modalidades e é um tratamento muito seguro, quando bem planejado;

8- apesar de retirar toda a mama ao realizar uma mastectomia, estima-se que até 10% de tecido, permaneçam ali. Portanto, a doença pode voltar, mesmo após a mastectomia;

9- O câncer de mama que passa de pais para filhos, hereditário, acontece apenas de 5-10% da população;  

10- As mastectomias bilaterais, como as realizadas pela atriz Angelina Jolie, devem ser indicadas em casos de alterações genéticas hereditárias ou em situações especiais, que devem ser muito discutidas;

11- a paz mental pode ser sim a indicação de uma mastectomia bilateral;

12- após uma mastectomia bilateral, mesmo com preservação do mamilo e aréola, você pode não perder sua sensibilidade e não conseguirá mais amamentar;

13- existem máquinas de resfriamento do couro cabeludo, para evitar a queda de cabelo durante a quimioterapia, mas seus resultados ainda estão sendo estudados;

14- mulheres submetidas a cirurgias axilares pelo câncer de mama, precisam ter cautela com seus braços, mas podem ter vida normal e devem movimentá-los desde o primeiro dia após a cirurgia;

15- toda mulher tem um risco de 12,3% de desenvolver o câncer de mama ao longo da vida;

16- o auto-exame (auto-orientação) ainda tem seu papel, principalmente em países ou regiões precárias. É melhor uma paciente acusar um nódulo com 1cm do que um tamanho maior. De maneira geral um nódulo passa a ser palpável quando atinge 1cm;

17- a mamografia é o melhor exame para o diagnóstico precoce do câncer de mama. Ultrassom e ressonância, são exames complementares e precisam ser solicitados quando necessário;

18- próteses de silicone não causam câncer de mama e não atrapalham seu diagnóstico;

19- a reconstrução mamária deve ser individualizada e sempre oferecida às pacientes;

20- O tratamento do câncer de mama deve ser individualizado. Exija um tratamento DIGNO sempre! Ele poderá fazer a diferença!

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como mastologista em Ribeirão Preto!

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O papel da atividade física contra o câncer de mama

O papel da atividade física contra o câncer de mama

Todos os dias discutimos no consultório medidas preventivas que poderiam beneficiar as nossas pacientes quanto ao aparecimento ou controle do câncer de mama. Qual seria o real papel do exercício físico? Vamos tentar entender isto melhor.

Primeiramente, precisamos entender que nosso corpo é formado por diversos tecidos biológicos e cada um deles é composto por células e dentro de cada uma há o material genético que carrega as informações e as regras de seu funcionamento, uma espécie de manual de direitos e deveres de cada célula. Todos os dias erros são encontrados no material genético e são imediatamente corrigidos. Quando esta correção falha, aparecem os tumores. Quando os tumores tem um comportamento agressivo, podendo espalhar para outras regiões do corpo, temos um câncer. Ficou claro?

Para definir o caráter agressivo do comportamento tumoral existem algumas moléculas e substâncias que podem ser analisadas em laboratórios. Estas análises podem sinalizar a resposta do tumor, por exemplo, para determinados tratamentos. Então, poderia sinalizar mudanças relacionadas a atividade física?

De maneira geral as atividades físicas parecem ter um aspecto positivo para a saúde. Contudo, isto estaria baseado nos chamados estudos observacionais, em outras palavras, até pouco tempo não havia uma prova real deste benefício em humanos, apenas suposições.

Recentemente um estudo conduzido pelo Instituto americano Dana-Farber mostrou laboratorialmente que sim, a prática de atividades físicas pode influenciar o comportamento de um câncer de mama.

Dividiram-se um grupo de mulheres com câncer de mama. Todas, praticamente inativas fisicamente,  foram submetidas a biópsia (retirada de uma pequena amostra do tumor) e após 29 dias operadas para tratamento cirúrgico do câncer de mama. Foram escolhidas por sorteio e dividas em 2 grupos. No primeiro eram oferecidos 220 minutos de atividade física semanal, sendo 40 minutos de musculação e 180 minutos de atividade aeróbica moderada. No outro grupo foi-lhes oferecido um livro e um áudio guia de relaxamento.

O primeiro grupo teve um acompanhamento sócio/comportamental que aumentou sua atividade física em mais de 200 minutos por semana. No segundo grupo a prática esportiva não passou de 23 minutos semanais.

Após a cirurgia o fragmento do tumor obtido com a biópsia foi comparado com o tumor operado e notou-se que não houve mudança no chamado índice de proliferação do tumor, uma substância ligada ao prognóstico da doença. Em animais esta mudança havia sido notada em outros estudos. Também não se percebeu alterações na expressão de morte espontânea das células cancerígenas. Contudo, as amostras mostraram, significativamente, que nas mulheres submetidas ao exercício físico houve um estímulo imunológico e houve aumento da resposta das células de defesa e também de seu número, como, por exemplo, no casos das células natural killers, responsáveis por também combater as células do câncer. 

Que atividade física desenvolver e qual sua intensidade ainda é uma dúvida. Parece que uma simples caminhada sugere  benefícios relacionados a mortalidade tanto pelo câncer, quanto da morte de uma maneira geral.  Portanto, exercícios intensos podem não ter impacto nos tumores de mama. A pesquisa sugere, ainda, que precisamos equilibrar atividades boas e agradáveis para a paciente com a certeza de que o melhor esteja sendo feito para ela em termos de tratamento. Além disso, que fique claro que este é um período muito estressante e desconfortável para a paciente, repleto de medos, portanto, é interessante haver um outro foco, positivo, para prestarem atenção, enquanto aguardam a cirurgia. 

Mais estudos neste sentido precisam ser realizados para que tenhamos informações cada vez mais claras e relevantes, aumentando nosso arsenal contra o câncer de mama. De qualquer forma, A atividade física auxilia o equilíbrio dos níveis de hormônios, diminui o tempo de trânsito gastrointestinal, fortalece as defesas do corpo e ajuda a manter o peso corporal adequado. Sendo assim, é bastante claro que exercícios físicos são saudáveis e devem ser estimulados, portanto vamos malhar!

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